Prefácio

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D. Giovanni D'Ercole Bispo auxiliar da arquidiocese de L'Áquila, Itália

A crise económica e financeira que alastra por todo o mundo, nomeadamente nos países altamente desenvolvidos, obriga todos a darem-se conta de que uma era está a chegar ao fim: a era fácil da felicidade a preço reduzido, negociável e desvinculada de princípios, ideais e valores. A felicidade entendida como a satisfação de todo o desejo; um direito e um prazer que nunca deveriam ser mortificados.

Com a busca frenética desta felicidade, muitas vezes ilusória, a cultura do consumismo desenfreado trouxe consigo um sentido sub-reptício de frustração que impeliu muitas pessoas – frequentemente jovens desvinculados de qualquer referimento a valores – a fugirem para paraísos artificiais, que se revelaram um verdadeiro inferno de tristeza e de morte. As drogas e a violência, para citar apenas alguns exemplos, são sintomas e não causas do generalizado mal-estar juvenil.

Se procuramos ir mais fundo, se nos embrenhamos na análise desta sociedade pós-moderna farta e insatisfeita, nota-se que a inquietação e o vazio alastram no íntimo de muitos. Têm tudo, e todavia não basta! Sentem-se tristes! Mas porquê? Que falta?


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